Cinquenta veículos zero-quilômetro, dos quais 20 automóveis quatro portas e 30 motocicletas, devidamente adaptados, emplacados e com documentação emitida, estão parados e empoeirados há quase dois meses na sede da GCM (Guarda Civil Municipal) de Santo André, no bairro Palmares. O governo Aidan Ravin (PTB) informou ontem que as viaturas “estão prontas para apresentação à população andreense”. Porém, a data ainda não foi definida.
Anteontem, a administração havia informado ao Diário que a data de entrega dos 50 veículos seria em 1º de Maio, durante cerimônia especial em homenagem ao trabalhador – o local e o horário não foram comunicados. Ontem, no entanto, a Prefeitura recuou.
Nos bastidores, o governo teme que ocorra manifestação pública de guardas-civis insatisfeitos com o comando da corporação, que é vinculada à Secretaria de Segurança Pública Urbana e Trânsito. Entre as queixas dos guardas ouvidos pela equipe do Diário estão condições ruins de trabalho, falta de equipamentos e acessórios de segurança e frota sucateada – viaturas com giroflex quebrado, sem radiocomunicadores e constantemente quebradas e encostadas.
Indagada sobre o receio de anunciar a data de colocar as viaturas na rua e os guardas se organizarem para possível manifestação, a Prefeitura respondeu que “estamos em regime democrático de direito e que todos podem reunir-se, sem armas, em locais abertos ao público, para fim lícito”.
Os guardas reclamam que as novas viaturas e motocicletas já deveriam estar em patrulhamento nas ruas. O investimento foi de cerca de R$ 1,7 milhão para os cofres públicos. O efetivo atual da corporação é de 686 profissionais – o salário do 1ª Classe é de R$ 1.666,52.
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